×

NOTÍCIAS

CPI do Crime Organizado será instalada nesta terça-feira

Nesta terça-feira (4), às 11h, será instalada no Senado Federal a Comissão Parlamentar de Inquérito do Crime Organizado (CPI), criada para investigar o avanço das facções criminosas e milícias no Brasil.

Objetivo e contexto

A CPI foi proposta pelo Alessandro Vieira (MDB-SE) por meio do requerimento RQS 470/2025. O deputado aponta que o crescimento dessas organizações se dá, em parte, pela “abandono do poder público”.
O anúncio para a instalação da CPI ocorreu dois dias depois de uma ação policial no Complexo do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, que resultou em 121 mortos.

Composição e funcionamento

A CPI será composta por onze senadores, dez dos quais já foram indicados pelas lideranças partidárias.
Na reunião de instalação, serão eleitos o presidente, o vice-presidente e o relator da comissão.
O prazo para funcionamento foi fixado em 120 dias para que a CPI realize suas investigações.
Foi disponibilizado um orçamento inicial de R$ 30 mil para a comissão realizar seus trabalhos.

Desafios e expectativas

Entre os temas que deverão estar no radar da CPI estão:

O crescimento das facções e milícias no país e seus modos de operação.

A atuação (ou omissão) de entes públicos nos territórios onde tais grupos se fortalecem.

Propostas de aperfeiçoamento legislativo ou institucional para enfrentar essa realidade.

Segundo Alessandro Vieira, “essa tragédia tem solução. Não é pauta eleitoreira, é urgência nacional”.
O fato de a CPI surgir na esteira de uma grande ação policial com resultado expressivo de mortes reforça o sentido de urgência e aponta para uma agenda sensível tanto para o Legislativo quanto para a sociedade civil.

Possíveis repercussões

A instalação dessa CPI pode gerar impactos em vários horizontes:

Legislativos: possíveis propostas de mudanças nas leis que regem a segurança pública, as facções criminosas, a atuação das milícias ou o financiamento do crime organizado.

Institucionais: cobrança mais incisiva de resultados por parte do Executivo nos estados e municípios quanto ao enfrentamento de grupos violentos.

Sociais: o tema volta ao centro do debate público e da mídia, o que pode gerar pressão para que sejam apresentadas respostas concretas.

Caminho à frente

Nos próximos 120 dias, a CPI deverá:

Ouvir autoridades, especialistas, vítimas e representantes das forças de segurança para mapear a situação do crime organizado no país.

Investigar casos específicos, origens de recursos, conexões entre estados e milícias/facções.

Formular relatório final com conclusões e indicação de medidas para enfrentamento.

Resta agora acompanhar se a CPI conseguirá cumprir seu papel com profundidade e independência, se apresentará resultados além do simbólico, e se suas conclusões serão efetivamente encaminhadas para mudança – ou permanecerão como mais um capítulo de denúncia sem desdobramentos concretos.

Alguns dos senadores já indicados para compor a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado no Senado Federal, conforme publicações recentes:

Titulares confirmados

Flávio Bolsonaro (PL-RJ) — oposição.

Sérgio Moro (União-PR) — oposição.

Magno Malta (PL-ES) — oposição.

Marcos do Val (Podemos-ES) — oposição.

Jaques Wagner (PT-BA) — governista.

Rogério Carvalho (PT-SE) — governista.

Alessandro Vieira (MDB-SE) — autor do requerimento que criou a CPI; cotado para relator.

Otto Alencar (PSD-BA) — governista.

Jorge Kajuru (PSB-GO) — governista.

Nelsinho Trad (PSD-MS) — indicado.

Suplentes (alguns já confirmados)

Eduardo Girão (Novo-CE) — oposição.

Márcio Bittar (PL-AC) — oposição.

Fabiano Contarato (PT-ES) — governista, cotado para presidência ou suplência.

COMPARTILHE

Publicar comentário