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CBTU alerta Ministério das Cidades sobre risco de paralisação dos trens urbanos no Brasil

A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) enviou um ofício ao Ministério das Cidades nesta semana, demonstrando preocupação com a possibilidade de fechamento das operações de trens urbanos nas regiões metropolitanas atendidas pela companhia, incluindo o Metrô do Recife, que transporta cerca de 160 mil passageiros por dia no Grande Recife.

Assinado pelo diretor-presidente da CBTU, José Marques, o documento, datado de 28 de abril, aponta que a insuficiência de recursos no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025 pode levar ao encerramento total de seus quatro sistemas operacionais — Recife (PE), João Pessoa (PB), Natal (RN) e Maceió (AL) — até o final de agosto do próximo ano. A paralisação poderia começar já em julho, caso o orçamento não seja ajustado.

O cenário orçamentário é considerado crítico. Segundo o documento, nos últimos anos, a CBTU tem recebido recursos insuficientes tanto para custeio operacional — que cobre despesas básicas de funcionamento — quanto para investimentos. Essa situação tem causado prejuízos aos sistemas, incluindo deterioração de equipamentos, sucateamento de materiais e redução de contratos essenciais, além de afetar o estoque de peças de reposição.

Para 2025, a situação se agravou. Enquanto em 2024 o orçamento de custeio aprovado foi de R$ 216 milhões, a previsão para o próximo ano é de apenas R$ 165 milhões. A CBTU estima que seriam necessários cerca de R$ 260 milhões para manter as operações mínimas até dezembro de 2025, considerando reajustes e contratos contínuos. Apesar de uma reunião com o Secretário-Executivo do Ministério das Cidades em fevereiro, que discutiu a votação do orçamento, não houve avanços concretos até o momento.

Diante da falta de sinalizações do governo federal, a CBTU já prepara um plano de contingência, que inclui redução de contratos, atraso de pagamentos e suspensão de novas aquisições de materiais e serviços. Caso o orçamento permaneça como está, a companhia prevê iniciar o processo de paralisação a partir de julho, com o fechamento total dos sistemas até o final de agosto de 2025.

O ofício também destaca as possíveis consequências dessa crise: aumento da insegurança para usuários e trabalhadores, depredação do patrimônio, redução da vida útil dos equipamentos, demissões em massa de terceirizados, além do risco de paralisação das atividades dos próprios empregados da CBTU e perda de receita operacional.

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O principal objetivo do documento é sensibilizar o Ministério das Cidades para a urgência de uma solução, buscando evitar um colapso no transporte urbano que afeta milhões de brasileiros. “Certo da sensibilidade desse Ministério acerca do impacto e relevância das operações da CBTU nas regiões metropolitanas, rogo pelo acolhimento de nossos pleitos e apresento nossos protestos de estima e consideração”, afirmou José Marques.

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